O LADRAR DO MERDOCK

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(em cima)


Não se assustem com o ladrar do Merdock.
Ele só embirra com polícias, guardas fiscais,
guardas republicanos e outras fardas!...



terça-feira, 22 de junho de 2010

Basquete no Liceu

De pé ( da esq.ª para a dir.ª) : Frederico (capitão), Samuel, Gomes, Pedro e Zurrapa.
Em baixo : Justiniano, Abreu, Rocha Pinto e Graça.
Estes moços deveriam andar no 2º ou 3º ano do Liceu, quando certamente conheceram o Merdock, pois a fotografia é de 58/59.
Foi-nos gentilmente enviada por Justiniano Gusmão Martins.

domingo, 13 de junho de 2010

A Escola Tomás Cabreira


A rivalidade que naquele tempo havia,
entre os alunos Liceu João de Deus
e os alunos da Escola Técnica Tomás Cabreira centrava-se,
como seria de esperar, nas competições desportivas.
Era sabido que os alunos da Escola chamavam bifes, aos do Liceu.
E, parece que foi o José Nascimento, farto de ouvir chamar-lhe
esse quase ultraje
(pois passava todos os dias junto da Tomás Cabreira,
no seu caminho para as aulas),
quem inventou um outro semelhante quase ultraje,
para os rivais da Escola.
A partir daí, as coisas ficaram assim.
Os bifes, dum lado e os costoletas, do outro.
Mas não deixa de ser curioso que,
na grande marcha em favor da libertação do Merdock,
vários alunos da Escola tivessem aderido à manifestação.
Porquê?
Teriam eles, também, percebido, que estavam no mesmo barco,
ciosos de liberdade?
Mas o mais interessante ainda estava para vir,
segundo me relataram.
Eu já tinha acabado os meus estudos em Faro
e seguido para outras paragens,
quando isso aconteceu.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O LICEU NACIONAL DE FARO



Na década que seguiu o pós-guerra, Portugal acrescentou um enorme atraso em relação a países para onde, em breve, ia começar uma forte emigração de mão d’obra não qualificada e indiferenciada. O país encontrava-se num calamitoso estado de míngua, em todas as suas vertentes: económica, social e cultural.
O grau de escolaridade dos portugueses era muito baixo.
O analfabetismo reinava por todo o lado, especialmente entre os rurais, os pescadores e os mais pobres das cidades e vilas. O Algarve não fugia a esta regra. Havia apenas um liceu, em toda província, a ministrar o antigo 7º ano!
Esse último grau de ensino secundário dava acesso às poucas faculdades que o país tinha: Lisboa, Porto e Coimbra. Nos anos do Merdock, não seriam mais de cem, os alunos desse último ano do ensino secundário. Mesmo contando os poucos colégios que havia na Província e os moços ou moças que, por uma qualquer razão pontual, faziam o ensino liceal noutras cidades do país, o número de licenciados com que o Algarve contribuía para o total nacional, era reduzido. Mas, mesmo assim, fácil é perceber a grande importância do Liceu de Faro. Muitos desses ex-alunos, em breve iriam exercer cargos de revelo, professores, advogados, médicos, engenheiros, militares, potenciais políticos. 
Os acontecimentos que rodearam o Merdock, tiveram origem nesse estabelecimento de ensino e, por certo, de uma maneira ou de outra, terão despertado algumas consciências.

Merdock era um cão singular
e deu origem, em Faro,
a uma extraordinária
manifestação de solidariedade
que culminou na sua libertação.
Aqui se relembram
os factos e as personagens
envolvidas.
Veja também o meu blog de poesia