O LADRAR DO MERDOCK

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(em cima)


Não se assustem com o ladrar do Merdock.
Ele só embirra com polícias, guardas fiscais,
guardas republicanos e outras fardas!...



sábado, 16 de abril de 2011

Aventuras de “BIFES”
Quando andava no Liceu, a partir do 3º ano, 1954, comecei a fazer parte de um grupo. Éramos bastantes, só moças, os moços andavam atrás… Havia elementos fixos e rotativos, que apareciam e desapareciam, consoante os interesses. Tínhamos um distintivo, um chapéu encarnado, com fio amarelo a servir de laço, feito pela Haide, que usávamos ao peito, preso à bata por um alfinete, a disfarçar a fita, indicativa do ano que frequentávamos, por imposição do reitor. Inicialmente, tínhamos usado um barrete de campino, verde com barra vermelha, também executado por ela, com uma agulha de crochet. Quando saíamos, levávamos o nosso distintivo, mas para podermos usufruir dessa regalia, tínhamos de ter a concordância familiar, que era difícil, porque era imperioso, criar motivos convincentes. Com a desculpa do herbário, para a aula de Ciências, governei-me, um ano inteiro, com saídas autorizadas. Combinado o ponto de encontro e a hora, reuníamo-nos e partíamos à descoberta do mundo. Não sei como acontecia, mas normalmente, surgia sempre um grupo de rapazes a animar a liberdade. Raramente nos juntávamos, limitávamo-nos a risinhos, gargalhadas, corridas, olhares, segredinhos…Os locais escolhidos, para conforto da alma, variavam entre a Alameda, Santo António do Alto, Jardim, Rua de Stº António, zonas que não implicavam despesas, pois a “malta” tinha sempre os bolsos, vazios de moedas. As saídas mais significativas e que mais problemas nos trouxeram, a nível de repreensão familiar, pelo atraso da chegada a casa, foram as realizadas no 1 de Maio, dia da espiga, Carnaval, feiras, jogos de basquetebol ou voleibol de equipas masculinas. Anualmente, aconteciam, no estádio de S. Luís, encontros amigáveis de futebol, entre os professores do Liceu e os da Escola Comercial e Industrial. Eram os “bifes” (liceu), contra as “costeletas” (escola). Ninguém faltava e todos gritávamos a plenos pulmões, a dar ânimo ao professor preferido, ou a arrasar os mais “barrigudos”, que não conseguiam tocar na bola. O jogo terminava sempre com um empate, nós saíamos satisfeitas, pois sem qualquer tipo de represálias, havíamos desabafado todas as repressões exercidas, durante o tempo de aulas, no espaço liceal controlado e vigiado. Não esquecerei a satisfação que sentia, ao enxergar, despidos de roupa e de pose, os professores, que via e aturava, diariamente, na sala de aula, todos encasacados, de gravata e sapato luzente. Lá estavam os Senhores Professores Luís Afonso, Nascimento, Gonçalves, Aleixo da Cunha, Leitão, Magalhães, Fortes, Modesto, Hermínio de Oliveira, Barros, Almodôvar, Dores, Luís Inocentes, mais… A esse encontro futebolístico, com o fim de apoiar a Casa dos Rapazes, ninguém faltava e lá estava eu, Haide, Rute, manas Labisas, Odete e Rosália, Lisete Bailote, Noélia, Conceição, Delmira, Odete Antão, Adelaide, Nédia, Ana Calvinho, Isa e Ana Maria Soares….
Outro elemento que não perdia estes encontros, era o “MERDOCK”.
Belos Tempos!!!!!!!!!!!!!
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Lina Vedes

quinta-feira, 7 de abril de 2011

MOCIDADE PORTUGUESA








O organização estatal de carácter militarista (à imagem da Juventude Hitleriana), que pretendia guiar os comportamentos dos moços e das moças dos tempos do Merdock, era a Mocidade Portuguesa.

Os moços eram conhecidos, pelos críticos do Regime Salazarista, como "piolhos verdes".

E as moças? 

Alguém sabe?

Merdock era um cão singular
e deu origem, em Faro,
a uma extraordinária
manifestação de solidariedade
que culminou na sua libertação.
Aqui se relembram
os factos e as personagens
envolvidas.
Veja também o meu blog de poesia