O FAZ-TUDO, A MARIAZINHA E O PENALTY

Fotografia original aqui
No ano em que o Merdock saiu da prisão, disputou-se a Taça Latinha.
Não foi entre os clubs campeões de futebol dos 4 países latinos, a famosa Taça Latina, mas sim um único embate entre os professores do então Liceu e os da Escola Tomás Cabreira.
O prélio teve lugar no Estádio de S. Luís perante ruidosa assistência - alunos dos dois estabelecimentos de ensino mais importantes de Faro. O Merdock, esteve lá, a apoiar, junto aos bifes (os do Liceu).
A fotografia que aqui se mostra (que eu já tinha visto algures, mas que não tinha no meu álbum pessoal), foi originariamente divulgada em blogs, pelo nosso estimado confrade Faro a Fundo, penso que na sequência dum outro post divulgado, no nosso também estimado confrade, A Defesa de Faro. Aí, era transcrita uma crónica, vinda num jornal da Província, há uns dois anos, onde era referido o livro"Merdock, um cão em Faro, nos anos 50".
Diz um habitual visitante do referido blog farense que o ponta esquerda é o Arame, e que o 3º a contar da esquerda é o Santo Antoninho. Posso acrescentar que o mais jovem, de bigode, o 2º da direita e em baixo é o Fortes, professor de ginástica. E diz-me o Brasão Gonçalves que também lá estão o Prudêncio, o Almodôvar e o Mena Vieira (guarda-redes).
Porém (sei eu) também actuou o Nascimento, que jogou na Académica juntamente com o Prudêncio (ambos backs), no tempo do Esquível que era guarda-redes.
E a propósito do Nascimento, um outro antigo aluno, o Zé Matias Batista, fez-me lembrar o seguinte:
O Nascimento levou as coisas a sério e começou a treinar, semanas antes do desafio. O treino era muito simples e era feito na própria sala de aulas. Chamava um aluno, por dia, dos que já sabia que nada sabiam e no fim do esticanço, perguntava-lhe o que escolhia, entre o faz-tudo, a mariazinha e o penalty.
O faz-tudo era o ponteiro, que servia para apontar para o quadro qualquer equação da física, ou números - e também para malhar na tola dos alunos desatentos ou desconhecedores das matérias; escusado será dizer, que ninguém escolhia esta alternativa.
A mariazinha era a caderneta. Se esse fosse o caso, então o professor sacava dum minúsculo lápis que sempre trazia atrás do lenço que se usava na algibeira do casaco e obrigava o aluno a escrever na própria caderneta “não percebo bóia disto”. E esta alternativa, como é óbvio, também a ninguém interessava.
Por fim o penalty. O Nascimento fazia uma circunferência com o giz, a imitar a marca dos
Este método pedagógico, porém, não acabou sem algum sobressalto, embora se saiba que o professor branqueava, de seguida, estas situações. O método era apenas dissuasor.
Um dia, ao marcar um penalty, vindo já o Nascimento em grande correria, prestes a rematar para o golo, eis que passa no corredor o Drº. Luís Afonso, o Arame. Parece que não se coziam bem, os dois. Nascimento fica com o pé no ar, Afonso olha circunspecto para a cena que se adivinhava e lá foi este excelente método pedagógico relegado para as calendas.
Senhora ministra: Não seria de retomar este método pedagógico?