O LADRAR DO MERDOCK

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Não se assustem com o ladrar do Merdock.
Ele só embirra com polícias, guardas fiscais,
guardas republicanos e outras fardas!...



domingo, 21 de janeiro de 2007

TEMA DE DEBATE

50 anos depois dos acontecimentos que rodearam o Merdock, pode começar a fazer-se a história da sua vida e das circunstâncias que levaram à sua captura pela autoridades instituídas e a sua posterior libertação.


Será interessante reflectir sobre esses factos singulares e quase inacreditáveis para os mais novos, num tempo em que quase tudo era proibido e reprimido.

A grande manifestação dos estudantes do Liceu Nacional de Faro, com vista à libertação do Merdock, poderá ser vista sob diversos prismas:

1 – Tratou-se, tão só, duma atitude colectiva de pueris estudantes movidos por sentimentos de altruísmo, em favor dum animal de sua estimação.

2 – Foi uma manobra bem concebida e organizada por uns poucos (os mais velhos), já relativamente conhecedores do estado calamitoso do país, nas sua vertentes políticas, sociais, económicas e culturais, ao arrepio do que sucedia por essa Europa fora.

3 – Terá sido apenas um sentimento espontâneo de libertação, em relação às regras opressivas e obsoletas impostas pela Reitoria.

Além disso, este espaço, deverá ser um ponto de encontro dos antigos alunos desses tempo do Merdock, que assim poderão contactar.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quero crer que uma boa percentagem dos "manifestantes" se enquadravam no ponto 1, embora uma ou outra excepção pudessem alinhar pelo ponto 2.

Note-se que, há cincoenta anos atrás, Faro era uma cidade muito provinciana e - até pela sua origem de classe - os alunos do Liceu não estavam, na sua generalidade, motivados para questões de ordem política ou social.
A prová-lo o facto do caso Merdock se ter extinguido por si mesmo, sem ter originado (nem estar precedido de) qualquer outro movimento semelhante, ainda que de forma embrionária ou inconsequente.

Creio ter sido apenas o caso pontual e isolado de um grupo de adolescentes cuja generosidade própria da idade os levou em defesa conjunta de um animal desprotegido que, por acaso, aparecia sistematicamente nos seus lugares de estudo ou convívio.

Outras leituras, parecem-me ser "forçar a tecla" para além do aceitavel
e que não fazem muito sentido, especialmente para quem viveu esses tempos tão diferentes dos de hoje.

Um abraço e parabéns pelo blog.

Vieira Calado disse...

Agradeço o seu comentário,mas no desenvolvimento do tema, vai ver que, porventura, o evento de Fevereiro de 1954 teve alguns desenvolvimentos muito curiosos, que não sei se conhece.

Anónimo disse...

É evidente que todos os estudantes deste país, nesse tempo, se opunham à disciplina rígida, imposta pelas reitorias.
Penso que em Faro foi isso, essencialmente, o que aconteceu. Sem prejuízo de qualquer aproveitamento, da parte de alguns, que sabiam melhor o que era a Europa e a América estudantil e como por aí se passavam as coisas, ao nível dos comportamentos e das liberdades cívicas.

Merdock era um cão singular
e deu origem, em Faro,
a uma extraordinária
manifestação de solidariedade
que culminou na sua libertação.
Aqui se relembram
os factos e as personagens
envolvidas.
Veja também o meu blog de poesia