O LADRAR DO MERDOCK

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(em cima)


Não se assustem com o ladrar do Merdock.
Ele só embirra com polícias, guardas fiscais,
guardas republicanos e outras fardas!...



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MOCIDADE PORTUGUESA - CRÓNICA

Crónica #3


AFINAL... NÃO ERA SÓ NO LICEU DE FARO
Sabe-se agora que... naquele tempo da Era Merdockiana, também em outros liceus do país, os mestres dos mestres (vulgo Benfeitores - presumindo-se que tudo o que faziam, era a bem do povo, por desígnio superior e era bem feito – não confundir com os Reitores dos liceus, pois esses, por razões óbvias, eram escolhidos a dedo...) ministravam fielmente aos subordinados as orientações vindas do S.enhor, auto-proclamado Supremo Chefe.
Porque destaco o S do senhor? Não sendo saudosista, ainda hoje guardo como relíquia a "fivela", com a qual apertava o cinto dos calçanitos de caqui, na qual "em relevo" está gravado o S de senhor.
Qual sumo sacerdote do templo (chamado Portugal) ele, o Senhor, zelava pelas boas maneiras e bom comportamento de oito milhões de almas, dizendo que muitas eram impuras e com desvios comportamentais. Outros, seus contemporãneos com idêntica formação básica, ministravam, fora dos liceus, prédicas recheadas de erudição clássica prè-vertida pela suprema sabedoria do mestre, por isso venerado como um verdadeiro senhor.
Em pura alegoria, era como se uma oliveira ou uma cerejeira aspergissem sermões, tentando assim alimentar os famintos de conhecimento.
Bem enquadrado e controlado, eu aprendi a "marcar passo" naquelas aulas de iniciação patriótica e militar. Mais tarde, na tropa a sério, percebi que aquilo era a "fingir que se andava para a frente sem sair do mesmo lugar". Assim se configurava o estado em que se encontrava o Algarve, sendo que, antes da Era do Merdock, nada de novo acontecia.
Na aparência, tudo decorria pacificamente no reino dos seus apaniguados do Algarve, até que em Fevereiro de 54, no liceu de Faro, surgiu o Movimento da Libertação do Merdock... como uma pequena luz no fundo do túnel (até Abril de 74, tivemos mais do mesmo).
E agora, sabe-se que... no nosso tempo, já deveria ser notada a diferença.
Lá vamos
cantando e rindo
levados levados, sim…

Tózé Brito (finalista, no princípio dos anos 60, no Liceu de Faro)
.
Nota do administrador do blog:
Tózé Brito, ao falar de oliveira e cerejeira, refere-se a Oliveira Salazar, o chefe, e a Gonçalves Cerejeira, o Patriarca de Lisboa, seu lacaio.

8 comentários:

Valquíria Calado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Å®t Øf £övë disse...

Vieira,
E que dizer destes tempos de agora?
Em que mais do que "marcar passo" estamos a regredir?
Abraço.

poetaeusou . . . disse...

*
andam aí "tantos" !!!
pardos e eminentes,
,
e o povo,
de braço erguido, canta,
,
Lá vamos
cantando e rindo,
levados, levados sim,
e bem levados . . .
lá lálá lá,
,
um abraço,
,
*

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Pelo mundo afora, as coisas são muito parecidas, meu amigo!
Bjkas, muitas!

chica disse...

É bem como disseste no meu blog: nada é como antes,não é? Que coisa! abraços,tudo de bom,chica

Paulo disse...

Alguma coisa teria mudado...
Nalguns casos a mudança foi de tal modo significatica que, por momentos, o passado foi tomando lugar na formatura do nosso imaginário preterito.
Na verdade o tempo nunca nos leva, efectivamente, ao passado.
Bom fim de semana.
Grande abraço

Paulo

brisa48@bol.com.br disse...

Boa Noite Vieira
Seja bem vindo ao meu blog. Os tempos mudam. Um abraço,
Ana

Anónimo disse...

Olá Sr. Vieira Calado,

Estando ou não de acordo com o teor, com o assunto do texto, está bem estruturado, arrumado e engendrado. Gostei do "calcanito", termo que vem, por influência espanhola, tal como manita e outros.
Sou Alentejana, sabe, portanto conheço bem o nosso "dicionário" e os pensares.
Este senhor "Tozé Brito", não é o cantor e compositor, pois não?

Obrigada por ter visitado, pela primeira vez, embora não tivesse comentado o meu poema, mas prometeu voltar. Já não é mau.
Eu, já cá estou. Nunca deixo para amanhã, o que posso fazer hoje.

Tenha um dia de sol, interno e externo.

Saudações.

Merdock era um cão singular
e deu origem, em Faro,
a uma extraordinária
manifestação de solidariedade
que culminou na sua libertação.
Aqui se relembram
os factos e as personagens
envolvidas.
Veja também o meu blog de poesia