OPINIÃO (1)
Embora não tenha sido aluno no liceu de Faro, nos últimos anos e na qualidade de sociólogo, dediquei tempo de estudo ao fenómeno q.b. Merdock e ao acto da sua libertação, precedida dos ingredentes determinantes da gesta estudantil. No subentendido fica que, a "geração espontânea" não é, normalmente, consequência da espontaneidade e tem sempre um justificativo geracional.
Defendi a tese Merdockiana num recente "fórum" em que participei, realizado na Biblioteca Municipal de Faro localizada onde, em tempos, se situava o canil do qual o Merdock foi libertado.
Esta conferência ocorreu aquando da comemoração do cinquentenário do memorável acto, tendo sido apresentado ao público a narrativa da saga do Merdock, "Merdock, um cão em Faro nos anos 50", da autoria de Vieira Calado.
Quer se goste ou não do que aconteceu em Fevereiro de 1954, de acordo com estudos preliminares, sendo prematuro na actual fase, ou mesmo excessivo, falar-se em Merdockologia, tratou-se de um fenómeno emergente, de natureza social, protagonizado por jovens liceais.
Tentar desvanecer ou obliterar a tendência libertadora desta acção, seria, no mínimo, uma investida redutora dessa mais valia Algarviana, que teve repercussões sentidas a nível Nacional, 20 anos depois, com o movimento do 25 de Abril, onde estiveram figuras liderantes originárias do Algarve.
Pelo princípio do contraditório, ainda hoje se fazem ouvir comentários de rua, que valem o que valem para quem os produz, tentando denegrir o quase-ícone Merdockiano ou até denegando a sua existência como símbolo da liberdade. E, isso afigura-se ser um grave atentado, em termos sociológicos.
M. Kanne (proto-Merdockólogo)
3 comentários:
E eu que pensava que o canil era longe da Alameda!
Como o tempo corrói as lembranças!
atão na é que cuidei ser o meu que assim ladrava?! pois então que só podia ser do Além o Merdock que deus tem!
E eu SEICÁ se não é?
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