Poemas de Natal #1
Naquela noite fazia frio fazia pena
ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados
dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas
de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa
de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio
perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua
os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida
o granito fundido já duro das lutas perdidas
pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham
as coisas por fora nas coisas por dentro
e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento
soprando as pedras do passeio da rua
de aprazimento em todas as aldeias da cidade
tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho
em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua
o mais vago grave desígnio dum oráculo de plenitude
na inocência das crianças nas crenças na sentença
dos mecanismo que levam ao enternecimento
por ver a chuva a cair sobre corpos alheios
prostrados enrodilhados sobre o passeio da ruas
O número II de "3 Retalhos para um Retábulo", em "Poemas de e para o Natal", Ed. Mic
4 comentários:
Amigo Vieira, recebi os livros...amanhã vou tratar do resto...muito obrigada...
Caro Vieira Calado, um grande abraço e um Feliz Natal!
Muito bonito o poema,
Um Feliz NAtal
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Marcos Roberto
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