Na década que seguiu o pós-guerra, Portugal acrescentou um enorme atraso em relação a países para onde, em breve, ia começar uma forte emigração de mão d’obra não qualificada e indiferenciada. O país encontrava-se num calamitoso estado de míngua, em todas as suas vertentes: económica, social e cultural.
O grau de escolaridade dos portugueses era muito baixo.
O analfabetismo reinava por todo o lado, especialmente entre os rurais, os pescadores e os mais pobres das cidades e vilas. O Algarve não fugia a esta regra. Havia apenas um liceu, em toda província, a ministrar o antigo 7º ano!
O analfabetismo reinava por todo o lado, especialmente entre os rurais, os pescadores e os mais pobres das cidades e vilas. O Algarve não fugia a esta regra. Havia apenas um liceu, em toda província, a ministrar o antigo 7º ano!
Esse último grau de ensino secundário dava acesso às poucas faculdades que o país tinha: Lisboa, Porto e Coimbra. Nos anos do Merdock, não seriam mais de cem, os alunos desse último ano do ensino secundário. Mesmo contando os poucos colégios que havia na Província e os moços ou moças que, por uma qualquer razão pontual, faziam o ensino liceal noutras cidades do país, o número de licenciados com que o Algarve contribuía para o total nacional, era reduzido. Mas, mesmo assim, fácil é perceber a grande importância do Liceu de Faro. Muitos desses ex-alunos, em breve iriam exercer cargos de revelo, professores, advogados, médicos, engenheiros, militares, potenciais políticos.
Os acontecimentos que rodearam o Merdock, tiveram origem nesse estabelecimento de ensino e, por certo, de uma maneira ou de outra, terão despertado algumas consciências.
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