Por esses anos passavam por aí ilustres figuras da cultura regional e nacional.
Era sem dúvida o Café mais importante da Província.
Também funcionava como uma espécie de bolsa de valores, onde os mais influentes comerciantes sedeados em S. Brás de Alportel Loulé e S. Bartolomeu de Messines, discutiam e decidiam os preços a pagar aos lavradores, pelos produtos algarvios mais típicos: o figo, a amêndoa e a alfarroba.
E, curiosamente (perdoem a abusiva analogia), também aí se decidiu a sorte do Merdock.
A sua história seria a mesma estória anónima, sombria e trágica de todos os seus pares caçados pelo laço implacável do Gaiana, encarcerados e abatido sem dó, se não viesse alguém a reclamá-los.
Seriam umas duas e meia da tarde.
A carroça dos cães andava por ali.
Todas as lojas ainda estavam fechadas, desde a hora do almoço.
Numa mesa, três alunos de capa e batina conversavam.
De repente, um deles levantou-se e foi na direcção da porta.
Um cão rafeiro, desesperado, tentava entrar, mas o criado (era assim que se dizia nesse tempo…) não o consentia, empurrando a porta giratória.
Então, o liceal, travou-se de razões com o empregado, despistando-o.
Aí, o cachorro aproveitou a suprema oportunidade, entrou pela porta dentro, atravessou num ápice todo o Café (abanando freneticamente a cauda quando passou pelos dois que estavam sentados), e escapou-se pelas traseiras.
4 comentários:
Estou interessada em saber mais sobre o Cão Merdock ! Tenho que estar atenta a continuação da história !
beijinhos, amigo Calado
Verdinha
Ele sabia pra quem balançava a calda( aqui dizendos "rabo", seria um palavrão por ai?) ele tem mais valor que algumas pessoas... bjs
Já gosto muito do Merdock, mesmo sem o conhecer. Eis aí, um melhor amigo!
Boníssima tarde para ti!!!
LINDA OBRA ARQUETETÔNICA, E LINDA POSE DO POMBO!
Enviar um comentário