O LADRAR DO MERDOCK

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(em cima)


Não se assustem com o ladrar do Merdock.
Ele só embirra com polícias, guardas fiscais,
guardas republicanos e outras fardas!...



sexta-feira, 30 de julho de 2010

O PIROLITO

Na época do Merdock, o pirolito era das poucas bebidas engarrafadas que existiam no país. Na classe das bebidas não alcoólicas, pouco mais havia, para além de gasosas e laranjadas, todas elas gaseificadas artificialmente. Custava uns dez tostões numa taberna e uns doze, num café. Além da água, continha ácido cítrico, gás carbónico e pouco mais.
O pirolito, muito popular entre os mais jovens, tinha uma particularidade interessante.
A garrafa não tinha uma rolha, propriamente dita. Para cumprir a mesma função havia um berlinde que vedava a saída do líquido e do anidrido carbónico. O berlinde era fortemente empurrado, pela pressão do gás, contra um anel de borracha que se encontrava no gargalo da garrafa. Para abrir, bastava um pauzinho e uma pancada, de modo a romper a pressão.
Para os mais novos, contudo, o mais importante não era a bebida, mas sim o berlinde. Era muito procurado e custava dois tostões, em vez do tostão que custavam os outros.
Depois vieram bebidas estrangeiras, mais caras, com rótulo reluzente e nome estrangeirado (uma delas a imitar o gosto do pirolito), mas sem lhes "chegar aos calcanhares". E, como quase sempre assim tem sido, o pirolito foi destronado!...

domingo, 25 de julho de 2010

Apresentação de livro

domingo, 11 de julho de 2010

OS JORNAIS DA ÉPOCA

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Estes dois recortes de jornais da época do Merdock, Diário de Lisboa e O Primeiro de Janeiro, publicados a seguir à grande manifestação dos estudantes do então Liceu Nacional de Faro, merecem algumas considerações. Nem ou nem outro referem a palavra LIBERDADE, na faixa onde se lia: LIBERDADE para O MERDOCK, que um cartaz ostentava (pelo menos um). Provavelmente, quem redigiu os apontamentos, tinha a consciência de que se a palavra aparecesse no texto, seria excluída pelo lápis azul da Censura. Sei que um periódico de Faro, creio que "O Algarve", de que era director o Dr. Lyster Franco, também se referiu ao assunto. Seria interessante que, alguém de Faro, procurasse saber se é possível ver o arquivo desse jornal, na semana ou quinzena a seguir ao dia da libertação do Merdock – 18 de Fevereiro de 2004. O Merdock agradecia o envio duma cópia para este blog.

terça-feira, 6 de julho de 2010

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O CÃO MERDOCK, NO TAPETE MAIS FOFO DO LICEU.
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 Nota prévia: Neste texto são omitidos nomes de pessoas (até parece ficção, excepto o Merdock).
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Naquele tempo, nos corredores de um liceu da cidade de Faro, passeava-se um senhor que se julgava todo poderoso e que, com aspecto grave e austero, dizia:
- Em defesa dos bons costumes e dos meus ideais, no liceu não entram cães rafeiros sem coleira ou açaime e, nem sequer os alunos mais graduados, ou da mocidade pró-gatesa, podem namorar nas suas instalações ou imediações.
O assunto dos namoros já foi referido, em termos mais explícitos, nos depoimentos anteriores (sem reacções discordantes ou desmentidos).
O assunto dos cachorros teve outro desenvolvimento. Quando vários jornais relevaram a generosa acção dos alunos do liceu, por terem libertado do canil um cão, de seu nome Merdock, e os alunos foram galardoados pela Sociedade Protectora dos Animais, o dito cujo senhor terá gostado dos elogios e passou a permitir que, o dito cujo cão, entrasse no liceu e se deitasse no fofo tapete colocado à porta do seu gabinete.
Alguns alunos, do grupo pró-Merdock, ainda se lembram de ter visto o dito senhor a alçar a perna, quando saía ou entrava no gabinete, para não perturbar o sono reparador do animal.
A memória desvanece-se com o tempo mas, ainda hoje, restam dúvidas sobre a natureza do Merdock. Seria um cachorro de índole amigável ou um animal feroz?
As narrativas que circulam a seu respeito poderão configurar simples branqueamento da estória ou pura ficção residual no imaginário de alguns estudantes...
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TóZé Brito (finalista, no princípio dos anos 60)
Merdock era um cão singular
e deu origem, em Faro,
a uma extraordinária
manifestação de solidariedade
que culminou na sua libertação.
Aqui se relembram
os factos e as personagens
envolvidas.
Veja também o meu blog de poesia